domingo, 14 de setembro de 2014

Gravidez e alergia: Combinação perfeita para um parto humanizado.

Olá meninas, esse relato é da Márcia Benália, uma grande amiga que ganhei na maternidade onde atuamos juntas como doula. 

Meu nome é Marcia Benalia e sou mãe de duas crianças. Na verdade, um já é adolescente, lindo com seus 15 anos de idade e a outra é uma bebê fofa, de 2 anos.
Além de doula, sou consultora de amamentação, instrutora de shantala e aromaterapia. Sou formada em Comunicação e atualmente, curso uma pós-graduação de Psicologia e Maternidade. Junto com duas amigas que, assim como eu, passaram a ter uma vida com mais propósito, formamos uma empresa que presta serviços e consultoria para gestantes e mães, a Maternity Coach.

Doulando voluntariamente em uma maternidade filantrópica, sempre acompanhei partos normais, mas nunca havia presenciado um parto humanizado por lá.  Até que, em uma bela noite de lua cheia, doulei uma mulher chamada Adriana. Ela desceu da ambulância, vindo de transferência de uma maternidade pública, já avisando: Sou alérgica a todo e qualquer medicamento! Sem saber, ela estava mudando toda a história do parto dela e vou contar o porquê!

Logo que as gestantes chegam à maternidade onde atuo como voluntária, não importa se sentindo as contrações iniciais ou já parindo, elas acabam recebendo ocitocina na veia para “ajudar” na evolução do trabalho de parto.

O nosso organismo produz naturalmente a ocitocina. Ela é responsável por gerar as contrações do útero durante o trabalho de parto e  liberar o leite durante a amamentação. Sob seu efeito, durante as contrações, sentimos dor, mas nada insuportável. Diz a lenda que as dores existem justamente para avisar as mulheres que seu bebê está chegando e que devem procurar um local tranquilo para parir. Este sinal era de extrema utilidade na época das Cavernas, já que as mulheres, sem as informações que dispomos atualmente, utilizavam as dores como um aviso, que significava: hora de procurar um abrigo seguro para parir e ficar com seu bebê! Assim como acontece com todos os mamíferos.

Existe, ainda a versão sintética da ocitocina, produzida em laboratório, que é na verdade  uma medicação muito útil e que pode ajudar a salvar vidas se corretamente indicado, como quando usado para contrair o útero após um parto ou aborto, em virtude de sangramento abundante, prevenindo hemorragias que poderiam levar a perda do útero e até a morte. O problema é seu uso indiscriminado nas maternidades… Como este hormônio também pode ser usado para iniciar o trabalho de parto quando ele não ocorre naturalmente (lembrando que se ele não ocorreu naturalmente, era porque ainda não estava na hora…) podendo regularizar as contrações quando elas não estiverem efetivas e for diagnosticado que o trabalho de parto não está evoluindo de maneira adequada, ele acaba sendo utilizado de forma corriqueira. Mas, como todo medicamento, há efeitos colaterais e pessoas alérgicas à sua composição não devem recebê-lo. Era o caso da Adriana!

Graças à sua alergia, ninguém pode “ajudar” a Adriana em seu trabalho de parto, colocando o “sorinho” em suas veias. Ela teve que contar apenas com seu corpo para o nascimento de seu bebê. Andando pelo corredor, usando a bola, recebendo massagens e  tomando um bom e longo banho de chuveiro, ela foi sentindo as contrações, cada vez mais fortes, porém compatíveis com o que seu corpo poderia aguentar. Quando sentiu que era hora de seu bebê vir para seus braços, avisou a equipe médica, foi caminhando até a sala de parto e ali, tranquilamente, muito focada no que estava fazendo, pariu lindamente. Tão lindamente que até a enfermeira que estava auxiliando no parto e que até aquela hora não havia demonstrado nenhum tipo de envolvimento com a parturiente, se emocionou. Não me contive e disse que aquele era o parto mais lindo que eu havia acompanhado, ali, naquela maternidade. Depois, pensando por qual motivo aquele parto tinha sido especial, cheguei a uma única conclusão: ausência de ocitocina sintética!!!

Com ocitocina na veia, as contrações são muito mais doloridas e por conta disto, muitas mulheres acabam se concentrando mais na dor do que no parto em si. Ela acaba tirando o direito da mulher de ser a protagonista do nascimento dos filhos, sentindo e conduzindo o parto em todas as suas etapas.

Alergia a medicamentos pode ser um fator complicador na gestação? No caso da Adriana, não! Graças a alergia ela foi poupada de todo e qualquer procedimento médico, tendo direito ao que era seu por direito: o parto do seu filho.


Marcia Benalia é comunicóloga, cursando pós-graduação em psicologia e maternidade, doula, consultora de amamentação e instrutora de shantala certificada pelo GAMA(Grupo de Apoio a Maternidade Ativa), consultora em aromaterapia para gestantes certificada pela Aromaflora, sócia da Maternity Coach(www.maternitycoach.com.br), mãe de dois filhos e estudiosa dos benefícios que a natureza nos promove.

2 comentários:

  1. Oi, Sil. Adorei seu blog. Com certeza será minha leitura a partir de agora.
    Estou na minha segunda gestação e escrevo sobre ela também. Estou lutando para ter um parto natural desta vez, pois a primeira sofri uma cesariana.
    Pretendo parir no Amparo Maternal, não sei onde você atua, mas sabe se lá é uma boa referência? Um abraço.

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  2. Oi Roberta, fico muito feliz por ter gostado e fico mais feliz ainda por essa luta sua sobre o parto humanizado. A informação é sua maior aliada nesse processo, quanto mais você se empoderar melhor! Conte comigo! Bjs

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