Mostrando postagens com marcador a dor do parto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador a dor do parto. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A dor do parto, ansiedade e medo? Vamos enxergar juntas de outra forma!

Boa tarde mulherada querida!!!
Sexta-feira que dia mais feliz...

Quero contar um pouco pra vocês uma experiência sobre um trabalho de parto intenso vivido ontem!
Vamos pensar juntas na dor do parto?

Cheguei na maternidade e logo de cara já encontrei uma gestante com 6cm de dilatação, balançando as pernas sem parar, muito ansiosa e "brigando" com as contrações.
Me aproximei, conversei com a mãe que era sua acompanhante, conversei com ela, ofereci massagens mas ela não quis nesse primeiro momento.

Subi para outra ala da maternidade que é da amamentação para ajudar e depois de uns 30 minutos retornei para seguir com a missão de tentar ajudar Katia (pseudônimo) nessa relação com a dor do parto e a espera.

As contrações evoluiram e com essa evolução ela se rendeu à ajuda! Iniciei as massagens e aos poucos consegui um diálogo, ela me contou que ja estava sentindo as dores das contrações há 4 dias e esse era um dos motivos para tanto desconforto quanto as contrações. Ela estava sem dormir e sem se alimentar como deveria durante esses 4 dias, o que gerou uma irritação ainda maior.

* Chamamos esse "alarme falso" de pródromos, quando a gestante começa a sentir dor nas costas e até contrações mas elas não são regulares, o tempo de duração do pródromos é variável, pois cada organismo é único e responde de forma única! Pode ocorrer em alguns casos a perda do tampão mucoso também. O que de fato caracteriza a diferença entre esse período e o trabalho de parto ativo são as contrações regulares que resultam na dilatação total do colo do útero.

Conduzimos Katia para o banho quente, para que ela tentasse relaxar um pouco, mas ela conseguiu permanecer apenas por 10 minutos.
Voltamos para o quarto, tentamos encontrar juntas a forma mais eficiente para ela. Aos poucos fomos conseguindo uma conexão! A mãe dela que estava "tomando um ar" voltou e ai ela também foi entendendo aos poucos a melhor forma para ajudar, abraçou a filha, disse palavras positivas e tentava segurar as lágrimas para se manter forte.

As massagens, as palavras, as conversas ajudaram Katia, porque no início ela nem ao menos queria qualquer tipo de apoio , mas com o passar do tempo ela mesma sinalizava a região do corpo onde queria e precisava de ajuda.
Conseguimos também desenvolver um elo suficiente ao ponto de Katia confiar em mim e ouvir os meus conselhos, ela apertou a minha mão diversas vezes, verbalizou a dor e focou na respiração, mas ainda assim as "perninhas" continuavam a balançar sem parar, o tempo todo, como um torcedor que assiste ansioso a final da Copa do Mundo! 




* Pensando um pouco sobre a dor do parto e como podemos enxergá-la com um outro prisma. O primeiro passo é se preparar para o parto, ler sobre o assunto, ir trabalhando a respiração, a verbalização da dor, mas também ir aos poucos trabalhando o psicológico para esse momento. Muitas situações podem contribuir para o descontrole da mulher nesse momento, medo do que ainda está por vir, tristeza por algum fato em sua vida, abandono, insegurança, ansiedade, o ambiente do parto e etc... Portanto se focar APENAS no parto neste momento em que ele se inicia é de extrema importância, é fácil? Não, mas é possivel! Trabalhando os pensamentos, aprendendo controlar os sentimentos, ouvindo seu corpo... Essa expressão de ouvir o corpo é possivel estando desesperada, preocupada e com uma ansiedade ao extremo? Não, claro que não. Então, mãos a obra, rsrsrsrs.
No intervalo das contrações descanse, coma o que sentir vontade, abraçe quem você quiser, beije, sorria, durma se conseguir (acredite, isso É POSSÍVEL)
Na hora das contrações, acalme-se, respire bem fundo, encare a dor como aliada e não como inimiga, tenha uma doula por perto, rsrsrsrs (olha a propaganda) e o mais importante: acredite em VOCÊ!

Katia não conseguiu enxergar a dor dessa forma e isso não a ajudou em nada, pelo contrário, o corpo com certeza ficou mais dolorido por contrair tanto os músculos, a ansiedade não acelerou o parto, ao contrário disso o que a ajudaria é: a calma, a paciência e a entrega, isso mesmo, a entrega, se entregue ao seu bebê nesse momento tão precioso que é o nascimento dele e se entregue à VOCÊ MESMA, porque certamente não é só ele que nasce, uma nova mãe surge nesse processo de parir! 

Desejo pra cada leitora um ótimo fim de semana, para aquelas que estão aguardando a chegada de um príncipe ou de uma princesa espero que seja útil essa leitura e ajude vocês nessa relação com o medo da dor e o parto!
Um beijo.